Coroa de Sangue

Vinde meu Rei, 

Quero abraçar essa ambição que me mata aos poucos

Esse medo que te fere o orgulho 

Desembainha a tua espada, combate a minha altivez com essa lâmina 

Vinde meu Rei, 

Meu mais poderoso dos homens 

Meu gentil servo 

Mostra-me o teu medo 

Limpa este sangue que me corre nas mãos

a angústia desta Mancha que me persegue por entre as ameias do castelo

Vinde meu Rei

 contemplar lado a lado 

O abismo vermelho que me envolve 

As pedras que me despedaçam 

Esta sede, desejo de ti 

Vinde meu Rei 

possuir-me num acto de amor desmedido, 

Funde o teu medo na minha ambição 

Vinde meu Rei 

Misturar-te neste sangue do qual me alimento

Participar desta morte eternizada em palavras

Vinde meu Rei

Ser uma vez Homem para além das tuas fraquezas 

Vinde meu Rei

Beijar-me os lábios na hora da minha morte enquanto o meu corpo grita o teu nome como uma maldição 

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